Agenda Cultural

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Arquivo-Museu de Literatura Brasileira   

Quem passa em frente ao velho casarão, sede da Fundação Casa de Rui Barbosa, na rua São Clemente, em  Botafogo, por vezes ignora que lá exista o fruto de um sonho do poeta Carlos Drummond de Andrade. No fundo do silencioso quintal, próximo ao jardim da moradia do ilustre diplomata, está localizado o Arquivo-Museu de Literatura Brasileira.

Antonio Callado, Lúcio Cardoso, Pedro Nava, Plínio Doyle, Adalgisa Nery, Fernando Sabino, Cacaso, Vinicius de Moraes, Helio Pellegrino, Rubem Braga, Osman Lins, Caio Fernando Abreu e Carlos Drummond de Andrade. 

“O Arquivo-Museu é constituído de arquivos e de coleções. Os arquivos reúnem acervos de escritores que são titulares desses arquivos, ou seja, tudo que foi acumulado pelo próprio autor, o titular. Por exemplo, o arquivo do Drummond possui documentos que ele próprio guardou ao longo de sua vida. E as coleções agrupam documentos doados por pessoas distintas. Já temos cerca de 124 acervos de escritores brasileiros, além de coleções com mais de 600 pastas, entre documentos avulsos, diversos originais e coleções de recortes de jornais”, explica Coelho, que completa: 

“Há arquivos antigos como o de Machado de Assis, José de Alencar, Cruz e Sousa. E, nas coleções temos as mais representativas, como a do Guimarães Rosa.  

É possível ainda encontrar originais datiloscritos de Água viva, de Clarice Lispector, antes intitulado de Objecto gritante.  No rico acervo de Pedro Nava estão os originais de Balão cativo, peças raras, com desenhos artísticos ilustrando suas memórias. E pode-se pesquisar, por exemplo, a correspondência entre Adalgisa Nery e o casal de artistas Diego Rivera e Frida Khalo, no período em que a poeta foi embaixatriz no México ao lado do segundo marido, Lourival Fontes. Também estão na Casa de Rui cartas do então jovem poeta Vinicius de Moraes. A obra de Aleijadinho. Além disso, destaca-se também a rara coleção bibliográfica com revistas e jornais literários dos séculos XIX e XX , organizada pelo bibliófilo Plínio Doyle, fundador do Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro. 

Além dos acervos e coleções, integram o Arquivo-Museu aproximadamente 1.200 peças, entre móveis, canetas, óculos, medalhas, caixas de músicas, esculturas e telas. Pode-se relacionar esses objetos com elementos das obras dos autores, por exemplo, a tela A menina morta, que provavelmente inspirou o quarto romance, homônimo, de Cornélio Pena.

O acervo Clarice Lispector é o mais valorizado. Duas exposições já foram realizadas sobre a escritora a partir deste acervo: Clarice Lispector — a hora da estrela, de 2007, que correu o país depois de produzida pelo Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, e Clarice Pintora, de 2009, que exibiu no Instituto Moreira Salles as telas da escritora, entre elas Sem sentido, de 1975, descrita no livro Um sopro de vida (1978). 

Um dos principais desafios do Arquivo-Museu é como tratar e catalogar o acervo, com arquivos enormes e que crescem todos os anos. E com o surgimento das novas tecnologias, a preservação se torna uma questão cada vez mais desafiadora. Como preservar os arquivos digitais? Como comprovar a autoria dos textos digitais? O que fica da geração de escritores que trabalham com o computador, na web? 

Serviço 

Arquivo-Museu de Literatura Brasileira 
Fundação Casa de Rui Barbosa

Rua São Clemente, 134 - Botafogo - Rio de Janeiro, RJ
Tel.: (21) 3289-4600
Atendimento: 2ª a 6ª feira, de 9 às 18h, com a última entrada 45 minutos antes do fechamento.

 

 

 

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